TEMPLO E MORADA DO ESPÍRITO
“Não sabeis que sois o templo de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós?” 1 Cor 3,16
“Ou não sabeis que o vosso corpo é templo do Espírito Santo, que habita em vós, o qual recebestes de Deus e que, por isso mesmo, já não vos pertenceis?” 1 Cor 6,19
Principalmente devido ao primeiro verso acima, nós, os cristãos, dizemos que nosso corpo é o templo e morada do Espírito Santo.
A princípio e interpretando de forma literal e se nosso corpo é a morada do Espírito de Deus então devemos cuidar dele...
Nesta hora, eu, como gordinho, (e gordinho aqui é apenas um diminutivo carinhoso...) me olho no espelho e digo: Você está destruindo o templo do Senhor...
Claro que não.
Não é isso.
Primeiramente gostaria de falar das diferenças entre as palavras templo e morada.
Templo é o local em que alguém vai para adorar.
Na morada nós vivemos.
Para o primeiro nós vamos.
Para o segundo nós voltamos.
No primeiro nós estamos.
No segundo nós moramos.
Nosso corpo é templo e morada?
O Espírito de Deus vem para o coração do cristão quando nós o adoramos.
Permanece quando nos santificamos.
Não existe necessidade de santidade para adorá-lo, mas também com a santidade o adoramos.
Uma pessoa pode adorar a Deus sem o conhecer.
Pode entrar num templo, ouvir os cânticos para louvor de seu nome, pode ver no rosto daqueles que o adoram uma expressão de adoração, e, levado por este momento acaba também adorando a Deus.
Neste momento seu coração transforma o restante do corpo em templo do Espírito.
Se, tocado, resolve abri-lo e convidá-lo para que fique, para que não saia mais, então seu corpo passa também a ser morada do Senhor.
Portanto, o que fazemos com o nosso corpo, sobretudo com aquilo que podemos chamar de membros de comunicação com Deus, com o mundo e com os irmãos, é que vai fazer a diferença entre estar templo e ser morada.
Diferença entre crentes convencidos e convertidos.
Deste primeiro papo poderíamos citar nossa língua.
Com ela o adoramos, o confessamos, o louvamos.
Com ela elogiamos, agradamos, agradecemos.
Seria necessário dizer também o que esta língua, que temos usado para nos relacionarmos com Deus tem feito de ruim para nossos próximos?
Estou falando, primeiramente, de nossas casas.
Os membros de nossa família, são aqueles que, comumente tem recebido os piores exemplos de nossos erros de comunicação.
Temos algumas perguntas aqui.
Para quem tem sido nossos melhores olhares?
Nossos melhores toques?
Abraços?
Sorrisos?
Beijos?
Portanto, não o que o nosso corpo é, mas o que ele faz.
Isso.
Onde não há controle, há descontrole.
Se Ele está no controle, se habita em nós, nosso corpo o honrará.
Se apenas o chamamos para vir ao nosso templo, ou seja, se o adoramos apenas quando estamos, numa reunião de louvor, então, de fato, Ele não habita em nós.
Nosso corpo então tem alguns momentos de templo e nenhum momento de morada.
Ouço alguns cristãos dizendo: Deus me visitou...
Ele tem sido visitante em teu corpo?
O segundo verso extraído do texto sagrado, em negrito, acima, termina dizendo que nosso corpo, quando somos templo e morada do Espírito Santo, já não nos pertence mais.
É dele.
Tem sido uma verdade em sua vida?
Bom, apenas para que você veja que não é tão simples assim, gostaria de lhe transcrever o que um dos maiores pregadores de todos os tempos, o apóstolo Paulo disse a respeito de usar o corpo para fazer o bem ou o mal:
18 Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; e com efeito o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem.
19 Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço.
20 Ora, se eu faço o que não quero, já o não faço eu, mas o pecado que habita em mim.
21 Acho então esta lei em mim, que, quando quero fazer o bem, o mal está comigo.
22 Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na lei de Deus;
23 Mas vejo nos meus membros outra lei, que batalha contra a lei do meu entendimento, e me prende debaixo da lei do pecado que está nos meus membros.
24 Miserável homem que eu sou! quem me livrará do corpo desta morte?
25 Dou graças a Deus por Jesus Cristo nosso Senhor. Assim que eu mesmo com o entendimento sirvo à lei de Deus, mas com a carne à lei do pecado.
O texto foi extraído da carta de Paulo aos Romanos, capítulo 7.
Se ele, Paulo, tinha dificuldades, quem somos nós para não a termos?
A diferença é que ele sabia de seus limites e defeitos, e lutava contra os mesmos, e considerando-se miserável, permitia que Cristo o conduzisse.
Pense nisso.
Que seu corpo comunique o amor de Deus!
João Luiz Gabassi
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